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GPT名称:Anaclaudia Zani

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简介:心理学家和神经科学专家,创始人《全球手册》

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1. Introdução
   Bem-vindo ao livro "Em Equilíbrio: Um Olhar Profundo sobre a Homeostase". Nesta jornada exploraremos a fascinante e complexa dinâmica do processo vital conhecido como homeostase. A homeostase é a capacidade do organismo de manter um ambiente interno estável e equilibrado mesmo diante das constantes mudanças externas. É tanto fisiológico quanto comportamental. Ao longo deste livro mergulharemos nos princípios, nos mecanismos e nas implicações da homeostase para a nossa saúde, bem-estar e comportamento.

2. Capítulo 1
   Fundamentos Da Homeostase
   Definição e conceito de homeostase.
   A homeostase está relacionada à estabilidade e à autorregulação do organismo. Quando um organismo alcança um estado de equilíbrio ou uma rotina, existe uma tendência natural de mantê-lo pois isso proporciona conforto e eficiência. Essa tendência à estabilidade pode fazer com que haja uma resistência inicial à mudança fisiológica ou comportamental.
   A homeostase não necessariamente cria resistência à mudança de comportamento, mas pode influenciar a tendência de um organismo em buscar a manutenção do equilíbrio e resistir a mudanças bruscas, porém percebemos a atuação dela como resistência as mudanças mesmo quando somos nós mesmos que decidimos mudar.
   É importante destacar que os organismos também têm a capacidade de se adaptar a novas circunstâncias e responder a estímulos ambientais variáveis. Embora a homeostase busque manter um estado de equilíbrio, os organismos também possuem mecanismos de plasticidade comportamental e cognitiva que permitem a modificação de comportamentos em resposta a estímulos e demandas ambientais.
   A resistência à mudança de comportamento pode ocorrer quando a modificação proposta é percebida como uma ameaça ao estado de equilíbrio ou quando há um custo elevado associado à variante. Além disso, a resistência à mudança pode estar relacionada a fatores psicológicos como medo do desconhecido, preferência pela familiaridade ou resistência a abandonar hábitos estabelecidos. A homeostase não é uma força crítica, ela não sabe o que é melhor ou pior, ela só resiste às alterações. Exemplo disso são os casos de violência recorrente de mulheres que apanham e ficam anos nessa rotina a ponto de saberem até o dia que irão apanhar. Tem casos que elas tentam sair, tem apoio da família, mas depois de um tempo chegam a normatizar a violência só para voltar ao lugar conhecido, mesmo sendo ruim.
   Fiz um trabalho na delegacia da mulher e conferi isso de perto. Foi muito rico ensinar mulheres sobre a homeostase e dizer o quanto de esforço elas podiam colocar na insistência da escolha por uma vida diferente do que estavam acostumadas a viverem. Frases como “eu mereço isso”, “se está acontecendo isso é porque deus quis”, “eu não consigo mudar, já tentei, está até chato para mim, ninguém acredita mais em mim porque sempre volto”, “eu sei que sou mulher de malandro, mas dói muito”, “meus filhos não me respeitam, não se conformam e nem eu me conformo, mas parece maldição” e tantas outras demonstram a falta da informação sobre a homeostase. Tive muito sucesso com as mulheres que expliquei, ajudei a entender na prática como resistir, mesmo com todas as afirmações que vinham para faze-las mudar de ideia e voltar para o padrão anterior. Por isso que não canso de divulgar sobre a homeostase, a informação liberta além de dar a chance para as pessoas buscarem a mudança positiva para a vida delas.
   Com motivação adequada, aprendizado, experiência e exposição gradual à novas situações, os organismos têm a capacidade de modificar seus comportamentos e estabelecer novos padrões. A plasticidade comportamental permite a adaptação às mudanças ambientais e a busca de novos estados de equilíbrio que sejam mais adequados e benéficos para o organismo.

3. História da descoberta da homeostase
   A descoberta e compreensão da homeostase é resultado de contribuições de vários cientistas ao longo do tempo. Falar com conhecimento científico é valorizar e reconhecer os esforços de pessoas que dedicaram tempo e empenho para contribuir com informações validadas e de extrema importância para nossas vidas.
   Aqui estão alguns marcos importantes na história da descoberta da homeostase:
   Claude Bernard (1813-1878)
   Bernard foi um dos pioneiros no estudo da homeostase. Bernard introduziu o conceito de "milieu intérieur" (meio interno) em seu livro "Introduction à l'étude de la médecine expérimentale" em 1865, ele afirmou que os organismos vivos têm um ambiente interno regulado e estável que é essencial para a sobrevivência.

   Walter Cannon (1871-1945)
   Cannon cunhou o termo "homeostase" em 1926. Ele expandiu as ideias de Claude Bernard e propôs que os organismos possuem mecanismos regulatórios internos para manter a estabilidade do ambiente interno. Cannon também desenvolveu a teoria da resposta de "luta ou fuga", que é uma resposta do organismo para lidar com estresses ambientais.

   Hans Selye (1907-1982)
   Selye, um endocrinologista, fez avanços significativos na compreensão da homeostase relacionada ao estresse. Ele propôs a teoria do "Síndrome Geral de Adaptação", descrevendo as respostas fisiológicas do organismo a estressores. Selye enfatizou que o organismo pode responder ao estresse de maneira adaptativa ou prejudicial, dependendo da intensidade e duração do estímulo estressante.

   James D. Hardy e George Wolf (1949)
   Esses pesquisadores realizaram um experimento pioneiro no campo do transplante de órgãos que contribuiu para a compreensão da homeostase. Eles transplantaram um rim de um cão para outro e observaram a capacidade do corpo receptor em manter a homeostase dos níveis de eletrólitos e água mesmo após a remoção de um rim.
   Esses são apenas alguns dos principais cientistas e marcos na descoberta da homeostase. A compreensão desse conceito continua a evoluir com as contribuições de muitos outros pesquisadores nas áreas da biologia, fisiologia, medicina e psicologia.

4. Capítulo 2
   Como Funciona Na Prática 
   A Resistência Homeostática Em Comportamento
   Tudo começa na definição de uma mudança de rotina. Porém, nessa etapa não existe homeostase, os pensamentos são livres. Quando os pensamentos geram comportamentos e ações, os pensamentos contraditórios surgem para testar o quanto você está disposto a querer mudar. Isso ocorre pois o que se decidiu alterar está colocando em ameaça a rotina já existente. Essa rotina é conhecida e previsível, sendo que a nova situação é vista como ameaça. Por isso que a homeostase é coadjuvante do cérebro, sendo o cérebro o responsável pela nossa proteção.
   A homeostase nessa etapa usa seus pensamentos contra você, te levando muitas vezes a desistir da mudança definida.
   Exemplo: você decide que quer emagrecer, dentre as coisas que você pensou está fazer exercícios físico, até então nada irá acontecer porque você só está pensando. No dia seguinte, quando você acorda e começa a se preparar para fazer exercício, aparecem os pensamentos testando se esta decisão nova de fato irá acontecer. Pensamentos como; “está frio, porque não deixa para amanhã?” ou; “esse tênis está velho, não é melhor ir no shopping comprar outro?” são recorrentes. A cada situação que você ouve a homeostase e não cumpre com sua tomada de decisão, ela fica mais resistente.
   Não conhecer esse processo de defesa que é coadjuvante torna as mudanças, mesmo simples, difícil de acontecerem.
   Essa explicação é para mudanças comportamentais escolhidas e definidas pelo individuo, essa resistência em testar o seu querer é também conhecida como retroalimentação negativa porque, se consegue te convencer pela dúvida, reforçando a negativa da sua tomada de decisão, volta para o estado anterior, votando ao equilíbrio.

5. Retroalimentação negativa
   É a chave para o equilíbrio biológico. A retroalimentação negativa desempenha um papel fundamental na manutenção da homeostase nos organismos. Ela é considerada a chave para a autorregulação e o equilíbrio dos sistemas biológicos.
   A retroalimentação negativa é um mecanismo de controle em que uma resposta é gerada para diminuir ou compensar qualquer desvio do estado ideal ou de equilíbrio. Quando um sistema biológico sofre uma perturbação que o leva longe de seu estado de equilíbrio, a retroalimentação negativa atua para corrigir essa perturbação e retornar o sistema ao seu estado desejado.
   Vamos tomar como exemplo a regulação da temperatura corporal. Se a temperatura do corpo aumentar acima do limite normal, os receptores de temperatura enviam sinais para o centro de controle no cérebro, que por sua vez aciona mecanismos de resfriamento como a dilatação dos vasos sanguíneos e a produção de suor. Essas respostas ajudam a reduzir a temperatura corporal e trazer o organismo de volta ao seu estado de equilíbrio térmico.
   A retroalimentação negativa funciona através de um ciclo de três componentes principais:
   - Sensor
     É responsável por detectar as mudanças no ambiente interno ou externo do organismo. 
     No exemplo da temperatura corporal, os receptores de temperatura agem como sensores.
     No exemplo do exercício, é uma constatação de um comportamento novo que não existia, que identifica e põe em alerta.

   - Centro de controle
     Recebe informações dos sensores e compara esses dados com o valor de referência ou "set point", que é o estado de equilíbrio desejado. 
     No caso da temperatura corporal, o centro de controle está localizado no cérebro.
     No exercício, é a ameaça de algo que nem está categorizado como referência.

   - Efetor
     É responsável por realizar as respostas para corrigir a perturbação. 
     No exemplo da temperatura corporal, os efetores são os mecanismos de resfriamento como a dilatação dos vasos sanguíneos e a produção de suor.
     No exercício, usará seus pensamentos contra a tomada de decisão para tentar te convencer a desistir.
   A retroalimentação negativa permite que o organismo ajuste seus processos fisiológicos e comportamentais em resposta a mudanças ambientais e internas. Esse mecanismo ajuda a manter a estabilidade e a homeostase do organismo, garantindo que as condições internas permaneçam dentro de faixas adequadas para o funcionamento saudável. 
   Isso é autônomo, só para o organismo voltar para a estabilidade, exemplo: beber demais. Enquanto estiver bebendo, se não for vício, os órgãos tentaram se apoiar para gerar equilíbrio, além do dia seguinte de deixar com ressaca, justamente para o organismo se restabelecer e voltar para a homeostase.

6. O papel da retroalimentação positiva e seus efeitos.
   A informação e o conhecimento dos mecanismos da homeostase são fundamentais em todos os âmbitos do autoconhecimento. Fisiologicamente, acontece autônomo, sem você ter influência, como no exemplo apontado anteriormente sobre beber demais. É fundamental para que você seja consciente de que quando você decidir mudar algo, insista. Analise a sua vontade de desistir. Sua desistência está baseada em quais argumentos? A resistência homeostática usa os pensamentos contra a tomada de decisão, confundindo quem não conhece essa força de manutenção de equilíbrio, é libert