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(Roteiro) Closures #21

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dunossauro opened this issue Mar 21, 2017 · 3 comments
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(Roteiro) Closures #21

dunossauro opened this issue Mar 21, 2017 · 3 comments
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@dunossauro
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dunossauro commented Mar 21, 2017

roteiro

@dunossauro dunossauro changed the title (Roteiro) Clojures (Roteiro) Closures Mar 29, 2017
@dunossauro
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Owner Author

O roteiro agora vai ser dividido em duas partes #28

@matheuscs
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matheuscs commented Apr 3, 2017

O link está quebrado, favor consertar para que eu possa validar. []s

roteiro

🍞

@ghost
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ghost commented Apr 4, 2017

8. Closures e contexto de variáveis

Já passamos funções como argumento, já retornamos funções e até já mudamos o comportamento das mesmas. Mas tem uma coisa que ainda não fizemos: definir uma função no corpo de outra função:

def func_0():
    def func_1():
        pass
    pass

Jaber diz: Mas isso é uma classe! Eu sabia que programação funcional era legal, mas realmente tudo é orientação a objetos.

Tá Jaber, eu entendo seu ponto de vista, mas vou usar uma definição muito boa do livro do Mertz:

"Uma classe são dados com operações anexadas (...) Uma Closure são operações com dados anexados"

Viu? Muda totalmente o modo de ver... Vamos nos explicar de maneira simples em breve, mas vamos entender as closures e fingir que classes não existem, só por alguns minutos.

Vamos imaginar que temos que guardar um valor dentro de um função. Essa função vai ser uma função que exclusivamente armazena um valor e uma função dentro do seu escopo:

def func_externa(val_1):
    """
    A função externa recebe um valor que só vai existir dentro do seu contexto
    """
    def func_interna(val_2):
        """
        A função interna recebe um valor e retorna a soma dos dois valores.

        val_1 está no contexto da função interna, mas val 2 não está no
            contexto da função externa
        """
        return val_1 + val_2
    # aqui quando a função externa for chamada ela retorna a função interna e compartilha seus valores
    return func_interna

Vamos usar esse código antes de qualquer explicação mirabolante:

var_func = func_externa(5)

var_func(5) # 10

Como dá pra notar, a função externa é atribuída a uma variável e essa variável executa a função interna. Parece complicado, mas na verdade é bem simples. Vamos recapitular algumas coisas.

Como em python as funções podem ser definidas em qualquer contexto e armazenada em qualquer lugar imagine que a func_externa() está sendo atribuída a uma variável. Em um contexto totalmente normal, como fizemos com as funções anônimas até agora. A diferença é um valor, ou uma quantidade n de valores, vão ser passadas no momento da atribuição. Esses valores vão ficar armazenados na função de maneira imutável. Vamos reaproveitar o código com alguns exemplos:

soma_um = func_externa(1)
soma_dois = func_externa(2)
soma_tres = func_externa(3)
soma_quarto = func_externa(4)
soma_cinco = func_externa(5)

# vamos somar tudo com 0
soma_um(0) # 1
soma_dois(0) # 2
soma_tres(0) # 3
soma_quarto(0) # 4
soma_cinco(0) # 5

Bom, agora imagino que tenha ficado um pouco mais claro. Fixamos valores na func_externa() e armazenamos em variáveis (soma_um(), soma_dois(), soma_tres(), ...) cada respectiva função mostra o valor inicial da função.

Quando executamos a função soma_um(n) qualquer valor que for usado em n vai ser somado ao valor fixo na função externa func_externa(1), ou seja, 1. Vale lembrar que a soma é executada porque esse é o comportamento da função interna func_interna(). Vamos tentar outra vez e de uma maneira mais simples:

def diga_oi(saudacao):
    """
    A função diga_oi armazenada a sua saudação
    """
    def nome_pessoa(nome):
        """
        A função nome_pessoa retorna a saudação somada ao nome da pessoa
        """
        return '{} {}'.format(saudacao, nome)
    return nome_pessoa

oi_pirata = diga_oi('Ahoy!') # Definição de diga_oi (função externa) fixando Ahoy

oi_pirata('Eduardo') # Ahoy! Eduardo
oi_pirata('Jaber') # Ahoy! Jaber
oi_pirata('Python') # Ahoy! Python

Nesse contexto a função fixou uma variável Ahoy! que não pode ser modificada e toda vez que é chamada responde com a união do argumento fixo com a variável passada como parâmetro.

Mas vamos tentar fixar um dicionário de idiomas pra diga_oi()? Por exemplo, a função externa agora não vai receber nenhum argumento, mas vai ter dentro do seu escopo um dicionário com os idiomas:

dic = {'pirata': 'Ahoy', 'ingles':'Hello', 'portugues': 'Olá'}

Uma vantagem de definir esse dicionário dentro da função é que ele vai ficar isolado das variáveis globais, o que faz ele não gerar efeito colateral, e isso é muito positivo:

def diga_oi():
    """
    Definição de uma variável (dic) no escopo local da função.
    """

    dic = {'pirata': 'Ahoy', 'ingles':'Hello', 'portugues': 'Olá'}

    def nome_pessoa(idioma, nome):
        """
        Agora a função interna ficou com a responsabilidade dos dois parâmetros

        Mas o dicionário ainda permanece imutável dentro do escopo da chamada de nome_pessoa (função interna)
        """
        return '{} {}'.format(dic[idioma], nome)
    return nome_pessoa

saudacoes = diga_oi()

saudacoes('pirata', 'Eduardo') # 'Ahoy Eduardo'
saudacoes('portugues', 'Jaber') # 'Olá Jaber'
saudacoes('ingles', 'Python') # 'Hello Python'

8.1 Classes vs closures

Você deve ter percebido que até agora as closures tem dois tipos de comportamentos diferentes, porém a imutabilidade permanece:

  1. Fixando parâmetros para padronização de chamadas
  2. O escopo da função externa é acessível para a função interna

Aqui você deve ter sacado o esquema de operações com dados. O dado passado à função externa permanece imutável sempre e inacessível a qualquer contexto externo ao da função, ou seja, o dado foi fixado e não pode ser transformado em nenhum outro valor, a não ser que seja feita outra chamada com outro valor. O que deveria ser dito sobre as classes, e que preferi postergar, é o que toca exatamente nesse ponto. Vamos fazer uma comparação:

classe __call__()

class diga_oi:
    """
    Classe do tipo função
    """
    def __init__(self, saudacao):
        """
        Inicializa a instância do objeto com saudacao
        """
        self.saudacao = saudacao

    def __call__(self, nome):
        """
        __call__ permite que o objeto aplique o operador (),
            seja chamado como função
        """
        return '{} {}'.format(self.saudacao, nome)

Esse trecho de código tem o mesmo comportamento da nossa closure pois funciona como uma função, mas o efeito colateral existe:

saudacao = diga_oi('Ahoy')
saudacao('eduardo') # 'Ahoy eduardo'

saudacao.saudacao = 'Olá'

saudacao('eduardo') # 'Olá eduardo'

Todo atributo em python é mutável, até os métodos podem ser mudados usando monkey patch. Não quero me aprofundar em orientação a objetos pois não é o assunto do curso, mas vamos só modificar essa classe para que ela não gere o efeito colateral:

class diga_oi:
    """
    Classe do tipo função
    """
    def __init__(self, saudacao):
        """
        Inicializa a instância do objeto com saudacao sendo imutável
        """
        object.__setattr__(self, 'saudacao', saudacao)

    def __setattr__(self, *ignored):
        raise NotImplementedError

    def __call__(self, nome):
        """
        __call__ permite que o objeto aplique o operador (),
            seja chamado como função
        """
        return '{} {}'.format(self.saudacao, nome)

__setattr__() é o método da classe que 'seta' valores em atributos, se nós quebrarmos a implementação default do Python ele não vai conseguir fazer atribuições, porém, é muito mais complicado que implementar uma closure. Nessa implementação simples para a comparação as closures tem 4 linhas e as classe 7. Pra fazer a mesma coisa, acho muito mais atrativo usar uma closure, não só porque estamos falando de programação funcional, mas pela simplicidade de código ('legibilidade conta'). Mas vamos prosseguir.

8.2 Mutação das variáveis de uma closure

Diferente do que eu disse até agora, os valores podem ser alterados no escopo da função externa, mas temos uma série de limitações. Caso o objeto passado como parâmetro, ou alocado na função externa, seja mutável (listas, dicionários, conjuntos, ...), o objeto pode receber normalmente as modificações, vamos fazer um teste:

def contador():
    """
    Função contadora de acessos.

    Internamente mantém uma lista que é definida
        vazia no momento em que é declarada
    """
    lista = []
    def soma():
        """
        Adiciona 1 à lista toda vez que a função é chamada.

        Retorna a somatória dos valores contidos na lista
        """
        lista.append(1)
        return sum(lista)
    return soma

count = contador()
count() # 1
count() # 2
count() # 3
count() # 4
count() # 5

Isso é uma forma porca de fazer um contador, mas ele funciona. O mais importante disso é que a variável lista não está sendo modificada. Os valores estão sendo atribuídos à lista porque ela é um objeto mutável. Mas não seria possível, e vamos tentar isso agora, mudar o conteúdo da variável lista:

def contador():
    """
    Função contadora de acessos.

    Internamente mantém uma lista que é definida
        vazia no momento em que é declarada
    """
    lista = 0
    def soma():
        """
        Adiciona 1 à lista toda vez que a função é chamada.

        Retorna a somatória dos valores contidos na lista
        """
        lista += 1
        return lista
    return soma

count = contador()
count() # UnboundLocalError: local variable 'lista' referenced before assignment

Vamos tentar mudar o foco um pouco e dar mais importância a esse erro, ele pode nos mostrar coisas lindas sobre Python e que podemos usar para fazer funcional com mais empenho e graciosidade.

UnboundLocalError e escopo de variáveis

UnboundLocalError é um erro muito comum em Python, e o que me deixa muito surpreso foi isso ter levado tanto tempo pra acontecer nesses nossos contextos de programação funcional. Vamos falar agora sobre escopo de variáveis, porém vale lembrar que esse não é um tópico de programação funcional, e sim de comportamento específico do Python. Se você já sabe sobre tudo isso, você pode pular todos esse tópicos, porém vale a pena, para o melhor entendimento das closures, ficar atento a variáveis livres.

Variáveis globais e locais

Em Python as variáveis podem estar em três contextos. Elas podem ser de escopo global, local ou um 'contexto livre'. Vamos tentar olhar para isso com código:

var_0 = 5 # Variável global, pode ser acessada em qualquer contexto

def func():
    """
    func lê a variável global e define uma variável local (var_1)
        e retorna a soma das duas
    """
    var_1 = 5 # aqui temos uma variável do escopo local de uma função
    return var_0 + var_1

print(var_0) # 5
print(var_1) # NameError: name 'var_1' is not defined

var_0 está presente em toda a execução, porém var_1 é uma variável do escopo local da função func() e fora desse contexto ela simplesmente não existe.

Outro ponto legal disso é que a variável global não pode ser modificada pela função func():

var_0 = 5

def func():
    var_0 = 7

func()
print(var_0) # 5

No momento em que tentamos atribuir no escopo de func(), criamos uma nova var_0 dentro desse contexto, (vamos falar mais sobre isso em um tópico futuro chamado introspecção de funções) o que faz que a variável global permaneça a mesma.

Se nós quisermos transformar o valor da variável global dentro do escopo da função, podemos usar a palavra reservada global:

var_0 = 5

def func():
    global var_0
    var_0 = 7

func()
print(var_0) # 7

Agora, como você pode notar, o comportamento é diferente. A palavra global disse ao Python que a variável usada aqui é exatamente a do escopo global. Quando o Python procura uma variável (vamos falar mais sobre isso em um tópico futuro chamado introspecção de funções [2]) ele segue uma hierarquia:

Existe no meu escopo local? Se sim, use. Caso não
Procure em um escopo mais amplo, se existe, use. Caso não
Procure em um escopo mais amplo ....
....

Ele busca até que o contexto seja o global, se a variável não existir ele vai nos retornar NameError. Mas isso só vale para leitura. E agora para escrever?

Variável criada no escopo, fica no escopo.

É simples não? Isso nos ajuda a prevenir muitos erros e não 'assinar' variáveis fora do nosso escopo local e gerar efeitos colaterais bizarros. Exemplo:

def dir_concat(dir:str) -> str:
    """
    Função que recebe uma string com um diretório
    e concatena ele com nosso path atual:

    Exemplo:
    >>> dir_concat('documentos')
    /home/Jaber/Python/documentos
    """
    from os import getcwd
    return '{}/{}'.format(getcwd(), dir)

Você notou o que existe de errado nessa função? Ela usa a palavra reservada dir, que é uma função do contexto global do python dir(), ou seja, se os contextos locais não fossem criados durante todo o resto da execução desse programa não poderíamos fazer uso da função dir() pois ela foi sobrescrita.

Variáveis livres

Tá, pode ser que tudo que eu disse é tão óbvio e você faz isso sempre, mas dentro das closures tem um problema relativo a isso e vou voltar no código que iniciei esse bloco:

def contador():
    """
    Função contadora de acessos.

    Internamente mantém uma lista que é definida
        vazia no momento em que é declarada
    """
    lista = 0 # Variável local de contador
    def soma():
        """
        Adiciona 1 à lista toda vez que a função é chamada.

        Retorna a somatória dos valores contidos na lista
        """
        lista += 1 # lista está definida no contexto de contador
        return lista
    return soma

Vamos pensar um pouco, não é possível modificar lista pois ela está em um escopo externo ao de soma(), só que não podemos usar global pois lista não é global. Lembra da ordem da busca por nomes?

Faz parte de soma? Não
Faz parte de contador? Sim

Então ele usa, só que responde UnboundLocalError pois não podemos mudar seu valor. Em Python 3, e só em Python 3, existe a palavra reservada nonlocal, que dá o poder de outro escopo mutar o valor fora de seu escopo e que não está no escopo global. Ou seja, resolve o nosso problema e isso é lindo. Existe uma PEP inteira detalhando esse aspecto PEP 3104 pois não quero me alongar nessa explicação, pra simplificar, vou usar o contexto do wikipedia:

Uma variável livre é uma variável referenciada em uma função, que não é nem uma variável local nem um argumento daquela função.

No caso de nossas closures, é uma variável declarada na função externa, que pode ser acessada pela função interna e não pode ser modificada pela mesma. Porém podemos usar nonlocal. Vamos tentar?

def contador():
    """
    Função contadora de acessos.

    Internamente mantém uma lista que é definida
        vazia no momento em que é declarada
    """
    var = 0
    def soma():
        """
        Adiciona 1 à lista toda vez que a função é chamada.

        Retorna a somatória dos valores contidos na lista
        """
        nonlocal var # implementação de nonlocal
        var += 1
        return var
    return soma

Agora é possível gerar esse contador sem o uso da lista, então ele não 'enche nossa memória' com uma lista que pode ter um tamanho nada convencional. Porém isso fere o conceito de imutabilidade, mas ainda é melhor que uma classe porque faz acesso ao recurso var é somente a função interna, sem que isso possa ser transformado pelo escopo externo, como é feito no caso das classes.

Agora vamos olhar para um lado mais avançado das closures, mas você vai conseguir dar mais vazão e usos derivados das mesmas.

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